Enviar currículos, contatar amigos antigos, bater de porta em porta, ou até entregar currículos no sinal, diga-se de passagem.
Nos anos 80 o engenheiro havia virado “suco”.
Hoje ele virou “Uber”?
Essa é triste a realidade para muitos engenheiros.Mas em especial para uma classe de engenheiros que tem seus 20 ou 30 anos de carreira.
Digo isso, pois esses engenheiros vieram acompanhando a evolução do país desde a década de 90.
E durante esse período, não houve crise mais avassaladora, pelo menos não igual a que estamos vivendo os impactos até hoje.
O que mais revolta essa classe de engenheiros rica em experiência, não é a falta de oportunidades.
Se trata da troca de valores dos empresários. Ao invés de contratar profissionais com bagagem, estes últimos optam por profissionais jovens que buscam ascensão na carreira.
Profissionais, que numa maioria das vezes não estão prontos para assumir o risco e responsabilidade que funções lhe demandam.
Mas é importante olhar para os dois lados, pois esse jovem profissional também precisa de oportunidades, e tem boletos para pagar.
Mas quem perde com tudo isso que está acontecendo?
Quem perda é a engenharia e os próprios clientes.
A primeira porque estamos quebrando o elo lógico da formação.Profissionais com cabelo branco (ou até mesmo carecas rs) transmitem conhecimento para os mais jovens.
Engenheiros mais maduros sabem tomar decisões mais complexa que demandam quilometragem no odômetro da construção.
Se tratando dos clientes, o único ganho com isso, é que no curto prazo a tendência é que os preços pelos serviços de engenharia tendem a serem mais baratos.
No entanto, no longo prazo, a vida útil de seus projetos vão mostrar a importância de termos profissionais mais cascudos à frente da complexidade que é a engenharia.
O fato é:
Como consertar isso?
Como colocar no eixo um ciclo que estava funcionando a 1000 radianos por segundo?
Como recolocar esse engenheiro no mercado?
Posso falar…
Monte um currículo top.
Estabeleça um forte Networking.
Ou faça um concurso público.
Talvez seja essa a solução que a maioria esteja pensando ou falando para você fazer. Pode dar certo?
Pode. Mas será difícil e concorrido.
Porque incrível que pareça, engenheiro, a resposta pode estar nos domingos à tarde ou nas quartas feira à noite.
Sim.
Ela está nos gramados do futebol.
Tem muito aprendizado que devemos extrair de um dos esportes mais populares do mundo. A vida de um jogador é sempre feita por altos e baixos. E raramente ela se encerra no auge e ganhando milhões.
Mas tem algo interessante que nós devemos utilizar para o nosso dia a dia.A carreira deste profissional dos gramados, geralmente decola aos 22 anos e seguindo a sequencia logica, eles vão para a Europa.
Depois de um certo tempo, eles percebem e entendem a necessidade de voltar ao Brasil para terem mais competitividade em seu futebol. E é nesse exato momento que suas “regalias” e salários exorbitantes, são cortados pela raiz.
Toda aquela vida de luxo acaba, para voltar as raízes do futebol brasileiro para reiniciar sua carreira e encerra-la de forma digna, e ainda sim, ganhando seus 5/6 dígitos no final do mês.
O fato é que o engenheiro sênior e pleno, deve se readaptar à essa nova realidade.A Europa de sua carreira aconteceu nos anos 2000 , e até 2012, melhor dizendo.Mas a realidade agora é outra.
Não se trata em montar um CV. Se trata em escrever uma nova história.Uma história calcada em competitividade, sem regalias, sem extravagâncias.
Trata de se reinventar e entender que os tempos mudaram.
Eu não pago, você nao paga… O cliente não pode pagar por isso.
Está na hora de retomar o seu bom futebol.Ascender sua carreira novamente. Mostrar que seu valor está em experiência e não no salário que almeja no final do mês.
Está na hora de redefinir metas e readequar seu mindset para os novos campeonatos que você vai disputar.
O campeonato com muitos players, bons jogadores, muitos times, as vezes jogando nas várzeas da Copa do Brasil e as vezes disputando final de libertadores do Maracanã.
Saibam que os times ainda precisam de vocês. Nenhum grande time ganhou um time sem jogadores experientes.
Se pensa que isto aconteceu com os piores jogadores…
Veja a história de grandes jogadores, digo Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho dentre outros, que não tiveram vergonha de voltar suas origens para encerrar sua carreira de forma digna e brilhante. Vocês podem olhar pra frente e transformar os fios brancos e marcas de expressão em soluções técnicas e segurança para as empresas.
Saiba que o tempo passou.O engenheiro experiente não pode virar Uber.
Ele deve virar um jogador de futebol.
Excelente fio para discussão.
O que fazer? Como se reinventar?
Nossa experiência tem valor e tenho certeza que muitos profissionais estão em busca do conhecimento que temos.