Vamos lembrar um termo usado pela “Tia Cocota”, que lecionava geografia, nos meados do ensino fundamental.
O termo é: Commodity.
Commodity é uma palavra em inglês cujo significado é mercadoria. Esta palavra é usada para descrever produtos de baixo valor agregado. Como seguem um determinado padrão, o preço das commodities é negociado nas Bolsa de Valores Internacionais e depende de algumas circunstâncias do mercado, como a oferta e demanda.
Um outro tema importante que se relaciona com as commodities
é o ciclo de vida de um produto, cujo conceito básico é demonstrar que todo produto e serviço passa pela fase de criação, ascensão/crescimento, maturação e declínio.
Existem diversas razões para que isso aconteça com os produtos e é totalmente natural, um processo que é próprio de produtos e serviços. Pois bem, então vamos relacionar estes dois conceitos com a Construção Civil.
Os conceitos de commodity e ciclo de vida do produto se relacionam diretamente com a construção civil pela lei de oferta e demanda. Veja essas duas comparações:
É relevante extrair da leitura do gráfico que, de 2000 a 2016, o número de empresas no setor saltou de 97 mil para 215 mil, chegando ao pico de 237 mil, antes da crise.
Isso significa um aumento de mais de 120%.
Para efeitos de comparação veja o mesmo dado retirado no site do Governo Federal:
- PIB real em 2000 – R$ 1,19 trilhão;
- PIB real em 2016 – R$ 1,75 trilhão.
Estamos falando de um aumento na ordem de 45%.
É sabido que o comportamento do PIB da construção civil é diretamente relacionado ao comportamento do PIB do Brasil. Ou seja, estamos dizendo que, em termos percentuais, a oferta de empresas e serviços subiu quase duas vezes mais que a demanda de crescimento do país. O que gera um desequilíbrio na oferta e demanda. E, além dos números, basta verificar no mercado da construção ao “sentir” e ver com os próprios olhos essa realidade.
Logo, quanto maior a oferta de produtos, mais cedo o produto ‘se desgasta’ e, por consequência, mais cedo o produto entra na fase de maturação e posterior declínio.
Por isso é tão necessário perceber a realidade de que, é claro, o mundo precisa da construção para se desenvolver. Mais importante ainda entender que, não necessariamente ele precisa dos modelos de negócio que hoje perduram neste mercado.
Pois bem, o que estou dizendo é que: embora estejamos entregando, projetos, consultorias e, naturalmente, obras como pontes, viadutos, prédios, ou qualquer outra edificação, os modelos de negócio estão se ‘comoditizando’, fazendo deste conceito, um verbo, um ‘jeito de fazer’.
Isso significa que os modelos de negócio propostos pelas empresas do setor, se ainda não entraram, podem estar entrando na maturação ou até mesmo na fase de declínio.
Assim como na vida, existem dois lados para serem analisados, em detrimento desse processo:
O lado negativo é que os preços ofertados tendem a diminuir por causa da grande oferta e baixa demanda. Para nós, prestadores de serviço e que entregam produtos, estamos com a água no pescoço e com os dias contatos para darmos um salto em modelos de negócio e tecnologia para nossos produtos e serviços.
Já o lado positivo é que quando estamos no olhar do cliente.
Quanto maior a oferta, menor o preço. E isso implica em melhorar o desempenho dos compradores, sejam comerciais ou pessoas físicas.
É certo dizer que hoje o investidor consegue comprar produtos da construção com preços mais acessíveis, o que facilita na implantação de novos processos ou melhoramento dos anteriores, bem como pessoas físicas conseguem comprar imóveis, por exemplo, com preços mais acessíveis que no final da década passada.
Contudo, o que posso dizer sobre esse processo de ‘comoditização’ da construção civil é que é irreversível.
Isso acontece com todos os mercados mais maduros e que passaram pelo mesmo cenário.
Para evoluirmos para sair deste ciclo, será necessário inovar no processo e dar um salto de qualidade em produtos e serviços prestados.
Murilo Barbosa
Ajudando empresas a serem competitivas e gerar mais lucro Engenheiro – MBA Gestão de Empresas – Construção Civil
São Paulo, São Paulo, Brasil