Nos últimos meses tenho batido na tecla sobre esse termo que gosto de falar muito.
COMPETITIVIDADE! Uma parte por adotar na minha própria filosofia de vida e outra por acreditar que esse é o momento em que a construção civil está vivendo e vai viver nas próximas gerações.
Com intuito de endossar esta visão sistêmica do mercado da construção civil quero mostrar a realidade em que vivem as demais empresas de ponta do mercado versus o nosso mercado da construção civil.
Primeiro é importante entender o termo competitividade. No mundo empresarial, isso significa “a capacidade das empresas em satisfazer clientes, vendendo mais barato e mantendo a mesma qualidade ou melhor”.
Quando falamos em termos de economias internacionais tem-se o mesmo sentido, já falamos em produzir e vender mais barato que outros países.
Entenda o raciocínio então.
Veja esse infográfico da IEDI, para ilustração.
Quando se analisa os resultados líquidos das empresas industriais nos últimos 4 anos, vemos que a margem de lucro líquido das empresas tramita na casa de 4 a 5%.
Naturalmente, sabemos que os produtos tem um ciclo de vida e que sua fase de alta lucratividade passa bem rápido e por conseguinte ele perdura muito tempo com baixa lucratividade. Isso é o reflexo de maturidade de um mercado.
O que chama atenção na realidade é a ordem de grandeza da margem de lucro líquida.
Quando falamos da construção civil, não pode ser diferente. Em conversa com vários empresários do setor, vimos que a margem de lucro das empresas no inicio deste século, girava em torno de 20% de resultado.
Até 2012, haviam empresas que fazíamos acompanhamento gerencial, cujo resultado combinado dos empreendimentos ainda estava acima de 2 dígitos.
Hoje, a realidade já diferente, todas as grandes empresas de capital aberto, embora algumas com aumentos expressivos, a margem de lucro líquido está, em sua maioria, abaixo de 10%.
A indústria da construção civil já tem dado sinais de baixa rentabilidade e poucos empresários perceberam isso.
A realidade é que o mercado está enfrentando seu maior desafio desde 2002 (maior queda dos últimos 20 anos).
Entendo que chegamos em nível de aprendizado e maturidade alta para o nosso setor e que isto é irreversível.
Todos os indicadores fortalecem minha tese:
- Maior número de estabelecimentos já registrados (maior de 230mil);
- Maior número de engenheiros civis da história;
- Oferta x demanda desequilibrada (mais oferta de serviços que a demanda);
- O maior investidor da construção civil está quebrado (Estado – quase 90% do PIB);
- Diminuição da margem de lucro dos últimos 20 anos.
Se pensarmos que estamos falando de um dos mercados mais antigos da história e hoje estamos falando que as margens de lucro tendem a estabilizar, pelo menos no passado os empresários nadaram em oceanos azuis.
O fato é que esta tendência de estabilização da lucratividade é irreversível.
Assim como outros mercados de ponta, a construção tem como necessidade se reinventar (e muito).
Não se trata de uma invenção incremental. Vejo como necessário algo disruptivo, assim como foi o Iphone, Michael Phelps para a natação e como será a cura do câncer.
Que o primeiro passo seja descontruir a nossa mentalidade de empresariado neste setor.
Murilo Barbosa
Ajudando empresas a serem competitivas e gerarem mais lucro
Engenheiro – MBA Gestão de Empresas – Construção Civil
São Paulo, São Paulo, Brasil