A engenharia tem sofrido muita mudança nos últimos 20 anos.
O que antes o profissional que ia somente para campo acompanhar, forma, armação e concretagem vem dando espaço para uma nova necessidade que o mercado acabou impondo.
Antes, o que melhor descrevia a profissão do engenheiro de obras era, o engenheiro que “toca” obra. Um engenheiro tocador de obra.
E esse profissional, o engenheiro de obras, cuja alcunha é o tocador de obras dá espaço nos últimos anos, e que sem margem de dúvida, veio para ficar, é o gestor de obras.
Este é o novo profissional que todas as construtoras buscam.
O que classifica um engenheiro de obras de um gestor de obras?
Simples, suas competências e suas responsabilidades.
Essas alterações acontecem em todas as esferas do mercado.
No esporte é fácil de avaliar essa alteração. Antes um jogador de futebol somente atuava em sua posição de ataque ou defesa. Já hoje, no futebol moderno, o jogador deve ter poder de marcação e apoiar a defesa por exemplo.
E é nessa mesma tônica que o mercado da engenharia tem suas alterações.
O engenheiro de obras era visto como um profissional que assumia as frentes de serviço, que estava em contato direto com o mestre de obra e com a equipe direta de execução de serviço.
Esse mesmo profissional era responsável por analisar projetos e tomar as decisões técnicas e executivas em campo.
O que naturalmente acontecia é que há 20, 30 anos atrás havia mais formação de mestres de obras e encarregados e isso trazia mais segurança técnica aos engenheiros.
Contudo, formara naquele momento, engenheiros de obras mais técnicos e responsivos às dificuldades que a construção acabavam impondo.
Com o decorrer dos anos, o mercado precisou de um novo profissional.
Um profissional com outras competências e com outras responsabilidades.
Nascia então o gestor de obras.
Qual o motivo dessa alteração?
A razão disso se deu em detrimento da alta competição que o mercado começou a viver e naturalmente pela facilidade de acesso às novas tecnologias que permitiam um gerenciamento de obras mais efetivo.
O mercado da construção passou a vivenciar a mesma competição que os mercados maduros já vivenciavam a tempo.
O cliente começou a entender “como comprar” produtos de engenharia e construção.
O número de construtoras mais que dobrou em 20 anos. O preço dos insumos começou a encarecer e, não obstante, o preço de venda estabilizou e por alguns anos caiu.
Esses fatores fizerem com que o engenheiro de obras começasse a ceder espaço para o gestor.
Atuar somente nas áreas técnicas e condução da equipe motora da obra, já não eram suficientes para trazer competitividade para as empresas.
Era necessário ter um profissional que tivesse uma visão holística, uma visão 360º sobre o empreendimento.
Com o preço de venda estagnado e com a margem de lucro tendendo à diminuir o profissional que atua na frente do projeto já deve ter então, conhecimento sobre gestão de contratos, projetos, orçamento, cronograma, fornecedores e até do fluxo de caixa.
E nesse momento o engenheiro de obras, com uma formação simplesmente técnica já não consegue mais atender essa demanda.
O conceito de gestor de obras então nasce e assume essa posição.
O gestor é o profissional que atua com essa demanda de responsabilidades.
Uma demanda de gerenciamento de todas as interfaces que envolve as complexidades de um empreendimento.
O gestor de obras é um dos profissionais que assume a demanda técnica e deve atuar no gerenciamento das disciplinas de custos, prazo, contratos e além da gestão das pessoas e fornecedores de um projeto.
Essa gestão traz a competitividade necessária para reduzir riscos, reduzir perdas e aumentar a produtividade necessária para alavancar a margem de lucro das empresas.
Cabe então, o gestor de obras buscar as competências necessárias para suprir essa necessidade técnica e de gestão.
A formação técnica em engenharia e arquitetura não dá subsídio técnico tão pouco de gestão.
Faz-se necessário ampliar o conhecimento em gestão e aprofundar nas competências técnicas.
A solução para o engenheiro de obras é buscar conhecimento em cursos complementares de engenharia e arquitetura, cursos sobre gestão de empresas, projetos e negócios.
Prepara-se para o momento de gestão e esqueça o tempo de tocar obras.
Uma nova era de engenharia e construção chegou.
Seja bem-vindo.