Vou resgatar um princípio básico da vida: a ‘sobrevivência’.
Este princípio é, de fato, utilizado em todas as áreas comerciais do mundo moderno, e se fosse aplicado à risca, talvez não haveria falta de emprego, salários baixos ou descrédito pela profissão da engenharia e da construção civil.
Para corroborar minha tese, proponho uma reflexão.
Você conhece médico desempregados?
Você conhece algum médico que ganha pouco?
O valor percebido (na classe) pode não ser o que é percebido pelo senso comum.
Já na construção civil, a percepção é o oposto: ainda vemos uma classe de trabalhadores que corre atrás de emprego, é extremamente afetada pelas crises e ‘ganha mal’.
A engenharia vive uma crise de sobrevivência como nunca se viu antes.
E é um momento diferente (e talvez com um dos fatos mais curiosos de todos) é que ainda se formam poucos engenheiros comparado aos mercados desenvolvidos e emergentes.
Para se ter conhecimento hoje, no Brasil, segundo dados do 5º fórum da Saúde, são mais de 450 mil médicos exercendo sua profissão, rumando ao marco 0,5 milhão até 2020. A taxa de médicos por habitantes é maior que 2,4 por cada mil, sendo o “recomendado” pelo Sistema de Saúde 2 profissionais por cada milhar.
Ou seja, estamos falando de pelo menos 10% a mais de médicos recomendados.
E mesmo assim, não faltam oportunidades, principalmente nas menores cidades do país.
Ah, vale ressaltar que esta taxa de médicos é a mesma se comparada aos EUA.
Agora, quando se trata da engenharia no Brasil, temos um paradoxo a ser analisado.
Segundo o CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Brasil tem cerca de 6 engenheiros para cada 100.000 mil habitantes. E levando em consideração países como EUA, Japão, Rússia, etc, o número de engenheiros é de 25 para cada 100 mil habitantes.
Ou seja: ainda temos um déficit (podendo dizer) “absurdo” entre a quantidade de engenheiros graduados versus o número de engenheiros formados em países emergentes e desenvolvidos.
Qual seria a o problema então?
Para mim, a resposta simples e clara se faz mostra com três fatores:
- A primeira é a base da cultura criada pelo brasileiro.
- Existe um certo endeusamento aos médicos por se tratar de vida, e nisso vendemos até a alma, se for necessário.
- E mais que isso, que é de se admirar, os Conselhos de medicina cada vez mais dificultam a barreira de novos entrantes no mercado, bem como criam uma proteção da sociedade dos médicos, quando se trata de respeito ao trabalho, salários, etc.
E não podemos falar nada disso referente a engenharia no Brasil.
Temos um grupo sem coesão, que não cria barreira de entrantes competentes e que nunca foi acostumada a “vender” seu produto.
É sociedade que viveu à base da reatividade comercial sempre aguardando a fomentação do próprio Estado, ao invés de criar a necessidade da “sobrevivência” para com os clientes.
O segundo problema é sobre a cultura de reclamar e, principalmente, da dependência do Engenheiro.
Uma sociedade que foi criada sob os mimos do Estado e que criou uma completa dependência do poder público para fazer seus negócios prosperaram.
E quando o leite seca, a criança começa a chorar.
O mais curioso, voltando às minhas comparações é que os hospitais no Brasil são um completo caos, tendo falta do básico. A verdade é que não faltam oportunidades. Sendo que os profissionais da medicina continuam atuando em sua carga horário de 60 a 100 horas na semana.
O fato é que a engenharia no Brasil ainda não levou a sério as etapas de desenvolvimento estratégico, comercial e, via de regra, estudar formas de andar com suas próprias pernas.
E o terceira e último motivo a ser pensado urgentemente é qualidade da engenharia formada todos os anos no meio acadêmico, que se diga por passagem, ainda é de baixa qualidade.
Quando se trata do ENADE (Exame nacional do desempenho de estudantes), salvam-se somente as universidades públicas, em sua maioria, com notas entre 4 e 5.
Já os alunos de universidades privadas, que tiveram um boom nos últimos 10 anos, tem notas entre 2 e 3.
Isso representa quase 75% de todos os engenheiros que se formam.
Será que é preciso fazer a comparação com os médicos que vestibular pelo Brasil afora?
Para mim, a grande realidade é que realmente vamos entrar na era de ouro da engenharia.
Vamos rumar aos 25 engenheiros por 100 mil habitantes.
Somente assim teremos uma competitividade que trará ganhos em conhecimento e soluções para um país que precisa de eficiência e produtividade.
Porque não se trata de oportunidades de emprego e se sim de uma sociedade de engenharia competente, independente, proativa e madura.
Para concluir quero falar usar a frase do Sheikh Rashid, o criador de Dubai:
“Meu avô andava de camelo, meu pai andava de camelo, eu ando de Mercedes, meu filho anda de Land Rover, e o meu neto vai andar de Land Rover, mas meu bisneto vai andar de camelo.
Tempos difíceis criam homens fortes, homens fortes criam tempos fáceis, e tempos fáceis criam homens fracos e homens fracos criam, tempos difíceis.”
Estamos na era de ouro.
Formando homens fortes desde 2012.
Estamos criando engenheiros fortes com extinto de sobrevivência.
Murilo Barbosa
Engenheiro – MBA Gestão de Empresas – Construção Civil
Ajudando empresas a serem competitivas para gerar mais lucro
www.bidgerenciamento.com.br
www.bepvalor.com.
www.projetoengenheiro.com.br
São Paulo, São Paulo, Brasil